terça-feira, 8 de outubro de 2013

Órfão de Esportividade

Poisé meus amigos, isso é um problema que tem me afetado há um bom tempo já... Mais precisamente, desde que eu fui obrigado a me desfazer do meu Gol por motivos que não vem ao caso nesse parágrafo... Gol esse, aliás, que foi o mais próximo que eu cheguei de realização de projeto e que me faz muita falta. Aí entra aquele clichê - "Vc só dá valor depois que perde" - e é bem por aí mesmo! Precisei vê-lo ir embora e ficar umas semanas sem ele pra perceber que as sensações que ele me proporcionava ao dirigir e ao olhar pra ele toda vez que eu fechava a porta é algo de que necessito pra ser feliz e me sentir um indivíduo, portanto, há praticamente um ano eu deixei de ser um indivíduo e estou, em termos automotivos, num estado catatônico vegetativo crônico sem prazo de recuperação! Isso me mata, isso me aleija... Trágico não? Hahahaha, o fato é que estamos no Brasil, eu mais precisamente em São Paulo capital e, por isso, não posso me dar ao luxo de ter o carro que eu gosto pra uso diário, afinal, eu gosto de carro antigo, baixo, forte e barulhento! Fatores que me impediriam de rodar tranquilo, afinal: - Por ser baixo, tenho que me preocupar com as inúmeras valetas e buracos dos quais preciso desviar ou passar bem devagar pra não destruir meu carro, o que num final de semana não tem problema, à pesar de incomodar, não inviabiliza o uso ( Aí virão os "entendidos cheios de atitude" me tacar pedra aqui, dizendo que pra andar baixo tem q ter disposição, que raspa mesmo e foda-se, que tô de frescura, que ele dirige um "Fixa dia-a-dia" e não tem problemas... Amigo, desde já lhe digo: Não sou contra nem à favor da sua marra, apenas acho que nós temos o direito de ter ruas andáveis, mas a grande maioria de nossas ruas e travessas ainda parecem mais com colchas de retalhos do que com asfalto...) mas pro dia-a-dia é algo que contribui pro stress de um trânsito já caótico. Não bastasse isso, ainda estou proibido (temporariamente segundo eles...) de legalizar meu carro baixo por culpa, vejam só, dos CAMINHONEIROS de estrada que estão elevando a altura das carretas até as nuvens pra se sentirem mais machos (E o q é que nós motoristas temos a ver com isso!?) - Por ser antigo, tenho que me preocupar com os motoqueiros que possam danificar ou quebrar alguma peça q eu precise de meses pra achar outra à preços inflacionados como sempre, tenho que me preocupar com o olho grande dos outros mas, acima de tudo, tenho que me preocupar com furto/roubo do mesmo, afinal, não posso fazer seguro do meu antigo, travas e alarmes são mais um placebo do que uma real prevenção e, mesmo q vc tenha um rastreador, corre um grande risco de encontrar seu carro depenado ou mesmo avariado por qualquer acidente no caminho ou mesmo por birra do ladrão. - Por ser forte, gasta muito combustível, o que por sí só já inviabiliza um uso diário tranquilo. - Por ser barulhento, incomoda namorada, sogra, vizinhos... Daí vc diz, "foda-se!" É, na maioria das vezes eu não ligo mesmo, mas, tem hora q realmente incomoda e vc não tem o q fazer... Por essas e várias outras pequenas razões, o carro de uso diário tem q ser neutro à meu ver, portanto, sou OBRIGADO a ter um carro neutro pra me locomover e atender às necessidades do meu dia-a-dia e, na minha situação atual (na qual estou preso a 2 carros que eu não quero mais e sem dinheiro pra simplesmente comprar outro e dar fim nos dois) eu fico totalmente frustrado, sem ter muita saída a não ser escrever um texto pra vcs contando um pouco dessa minha necessidade pessoal. Agora parando com os lamentos, críticas e reclamações, vamos à verdadeira essência dessa necessidade e consequente "orfandade". O fato é que pra nós, apaixonados por carro (e por customização e por corrida e por eventos e por cultura street e etc...), ter um carro que seja nosso "brinquedo", extensão de nossa personalidade, é algo essencial pra se sentir bem e é por isso que estou órfão, é por isso que não me sinto bem... Desde que o Gol se foi não sinto empolgação em sair de casa, em dirigir... Tá certo que eu gosto de dirigir QUALQUER COISA e, ter carros em casa de certa forma me alivia... Mas o prazer mesmo, aquela pegada de vc curtir o carrinho, desfilar, ter uma direção mais esportiva em certos trechos do caminho, sentir emoção, pulsação, vontade de continuar guiando... Isso, não sinto mais. Não sentir isso pra mim é algo como respirar mal, dormir mal, comer mal, viver mal... Mas, eu vejo uma luz no fim do túnel, ainda tenho meus projetos e, com mais um ano perto do fim, além da necessidade natural de mudança, sinto como se algo já estivesse mudando e, quem sabe essa minha "orfandade" e falta de tesão pela vida esteja com os dias contados! Torçam por mim! Esperem pra ver... hehehe